Ao Turtleboy

Caro amigo, escrevo essa carta com o propósito de saber das novidades de você e sua família. Já tem longos anos que não marcamos de se encontrar pra assistir nosso fluminense no maracanã. Sei que o time ganha todos e tudo de goleada. Mas parece que não há mais tempo da gente se ver, não é mesmo?
Entendo perfeitamente que você é uma pessoa compromissada com seu serviço. E de maneira nenhuma reclamei uma vez se quer disso, pelo contrário acho que o caminho da ascensão vem do trabalho duro e honesto.
No meu caso é diferente o problema não é quantidade de papelada, mas sim, a distância. Agora eu estou exatamente na Antártida. Sou eu, as baleias e os meus amigos pingüins. Estudando a geologia daqui. Gosto do que faço e sou reconhecido pela comissão de geologia internacional. Em contrapartida, perdi a sensibilidade humana, porque são quase dois anos e meio que não volto pra casa e sem computador aqui para acessar fica praticamente impossível de falar com a minha família e meus amigos. De vez em quando eu vou para o norte andando quase 50Km para fazer uma ligação no telefone dos franceses. Mas não é “aquela” coisa, não é mesmo?
Bom, sei que você casou (sei disso, porque eu fui o padrinho) e depois de seis anos ganhou sem primeiro filho de nome Arthur Masullo. Agora ele deve estar com seus sete anos, acertei?
Peço, humildemente, desculpas por não saber a idade, mas ultimamente minha cabeça anda falha. Também não é pra menos... São quarenta e dois anos que carrego nas costas. Do passado pouca coisa eu me recordo. Relembro do tempo do nosso timinho de futebol: Trevas futebol clube e dos integrantes. cadu, goma, você, caúla, vh, eu, daniel e jp. E de nossas idas no cine do plaza e no outback.
Eu preciso ir agora e voltar pro trabalho antes que surja uma nova tempestade por aqui. Definitivamente, o aquecimento global agravou a temperatura daqui.
Ao receber esta carta teria como me retornar dizendo que ela chegou tudo bem?


Despeço-me,
Genin


Antártida, 14/06/2032

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